Um dia eles chegam. Mas para algumas pessoas, o processo começa mais cedo.
Alguns historiadores especulam que tal fenômeno acometeu a rainha Maria Antonieta quando, no auge da Revolução Francesa (1793), soube que seria levada à guilhotina e viu seus belos cabelos embranquecerem rápido.
Publicado na revista Nature (veja abstract ) estudo sugere que o processo de despigmentação capilar pode ocorrer de modo bem mais acelerado sob condições de estresse intenso e persistente ou depois de um grande trauma.
O trabalho foi desenvolvido por estudiosos brasileiros no Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), sediado na USP-Ribeirão Preto e conta com o apoio da Fundação de Amparo à pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Foi conduzido em parceria com um grupo da Harvard University (Estados Unidos), coordenado pela professora de biologia regenerativa Ya-Chieh Hsu.
Base científica
Conforme Thiago Mattar Cunha, um dos autores do estudo e integrante do CRID, “há muito se diz que o estresse faz o cabelo ficar branco. Mas, até o momento, essa afirmação não tinha base científica. Comprovamos que o fenômeno de fato ocorre e identificamos os mecanismos envolvidos. Além disso, descobrimos uma forma de interromper o processo do branqueamento por estresse”.
Em testes de laboratório, o grupo demonstrou a participação da inervação simpática no processo de embranquecimento do pelo e confirmaram que a dor atua, nesse modelo, como um potente estressor. Contudo, “ainda era preciso detalhar os mecanismos envolvidos”, explicou Cunha.
De acordo com ele, ainda não se sabe se os achados da pesquisa terão, no futuro, alguma implicação estética, como o desenvolvimento de um fármaco capaz de impedir o embranquecimento do cabelo associado ao envelhecimento.
“É preciso avaliar, por exemplo, se eventuais efeitos colaterais de um inibidor de CDK valeriam o benefício estético”, ponderou.
Em tempo: as cinases dependentes de ciclina (CDKs) desempenham papel essencial na regulação da progressão do ciclo celular, permitindo a transição entre diferentes fases.
Fonte: Agencia FAPESP
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