24-01-2020

“Traumático como o inferno”

A medida é drástica, mas necessária em certas situações em que a agitação de um paciente, por uso de drogas, álcool, e algumas doenças mentais, arrisca sua própria integridade e a de outras pessoas. 

Intrigados com a forma como se sentem pacientes restritos ao leito (com tiras de tecido ou mesmo algemas), pesquisadores da Universidade de Yale, EUA, entrevistaram 25 pacientes que passaram por tal situação em dois grandes prontos-socorros locais. 

Seus achados foram divulgados no JAMA Network Open – e lançaram luz à perspectiva dos assistidos que vivenciaram a contenção. 

Controle
O relato de alguns pacientes dá a noção de o quanto a experiência é aflitiva. 

“Foi assustador. Não tinha controle sobre o meu corpo”. 

“A experiência na sala de emergência é traumática como o inferno”. 

“Quando eles o restringem, eles o ignoram”. 

Estas e outras frases impactantes foram ouvidas em meio os entrevistados. Nove, dos 25 voluntários, relataram sentimentos negativos, como perda de dignidade e autodeterminação. Dez outros revelaram emoções contraditórias sobre a experiência. Seis reconhecem “as boas intenções da equipe” nas restrições. 

Boa parte deles revelou que a contenção chega a levar à perda da confiança no sistema de saúde – ou evita-lo completamente.  Conforme Ambrose Wong, professor de Yale e líder do estudo, “infelizmente esses pacientes já estão vulneráveis ao chegarem ao hospital”. 

Para ele, as descobertas do estudo enfatizam a necessidade de abordagens sistemáticas capazes de manter a segurança pacientes e profissionais da saúde mediante crises. 

Fonte: Site STAT 


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