12-03-2019

Vacinas não causam autismo

Deu na revista científica Annals of Internal Medicine: não há nenhuma possibilidade de que a vacina contra o Sarampo, Caxumba e Rubéola (MMR) se vincule ao desenvolvimento de autismo. 

O estudo em questão envolveu mais de 650 mil crianças: entre 1999 e 2010 os pesquisadores usaram um registro populacional na Dinamarca, para confirmar se a vacina contra o sarampo aumentava o risco de autismo. Cerca de 95% dos acompanhados receberam a dose e 6.517 foram diagnosticadas com autismo.

Conforme os pesquisadores, a vacina não aumentou o risco de autismo em crianças não consideradas de risco para o transtorno e sequer desencadeou seu início naquelas consideradas de risco.

Este é apenas mais um dos mais de 140 artigos publicados em periódicos especializados que documentam a falta de uma correlação entre autismo e vacinas.

O artigo fake 
Em 1998, o médico britânico Andrew Wakefield criou desconfiança internacional sobre vacinas, ao divulgar na conceituada revista científica Lancet “pesquisa” preliminar descrevendo o caso de 12 crianças que desenvolveram “comportamentos autistas e inflamação intestinal grave” que, em comum, teriam “vestígios do vírus do sarampo no corpo”. 

Wakefield e seus colegas de estudo levantaram a possibilidade de um “vínculo causal” desses problemas com a vacina MMR, que havia sido aplicada em 11 das crianças estudadas. Foi o suficiente para que os índices de vacinação com a MMR começassem a cair no Reino Unido e, mais tarde, ao redor do mundo. 

Mais tarde descobriu-se que um dos assistentes do pesquisador já tinha a informação de que o chefe havia mentido sobre a presença dos “vestígios do vírus” nos voluntários. Motivo provável: antes de a publicação do artigo, o próprio Wakefield solicitou a patente para vacina contra sarampo que concorreria com a MMR. 

Pelo estrago causado, as autoridades médicas britânicas decidiram que o “médico” é inapto ao exercício da profissão, e ele perdeu seu registro. 

Ainda assim, as repercussões dessa irresponsabilidade mantêm-se até hoje. No Brasil, por exemplo, segundo o Ministério da Saúde, desde o janeiro de 2018 já foram confirmados mais de 10.300 casos de sarampo. Nos Estados Unidos, a situação é ainda mais preocupante: conforme os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), em menos de três meses foram registrados cerca de 160 casos, praticamente metade do total de todo o ano passado. 

Fontes: Revista Crescer; Annals of Internal Medicine; e BBC Brasil


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