Paciente que recebeu autorização judicial para "furar a fila" para receber novo fígado é reoperada em São Paulo.
Eliane Lopes Jimenes, estudante de farmácia de 39 anos que ficou conhecida por haver conseguido autorização na justiça para “furar a fila” do transplante de fígado, precisou ser submetida a uma nova operação, já que o órgão recebido não se encontrava em boas condições, de acordo com seus médicos.
Menos de uma semana após o transplante, o fígado implantado começou a apresentar insuficiência e a necrosar – o que, como conseqüência, resultou em danos como falhas nos pulmões, rins e hemorragia.
Foi necessário outro transplante, realizado no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, no dia 2 de novembro. Desta vez, a fila nem foi cogitada, pois a lei garante prioridade àqueles que precisarem de retransplante em até 30 dias após a cirurgia.
Martírio
Com este, trata-se do terceiro transplante de fígado a que Eliane foi submetida: o primeiro aconteceu há 12 anos, em virtude de cirrose biliar. Neste ano a doença voltou e agravou-se até um quadro “desesperador”, como definiu Vagner Jimenes, marido de Eliane.
“Por causa da doença, minha mulher tinha coceiras insuportáveis. Ela se coçava a ponto de se ferir e ter hemorragias pelo corpo. Só dormia com calmantes” afirmou Vagner que, anteriormente, chegou a mudar-se para a Paraíba com a esposa, considerando que a fila seria menor.
Em nenhum dos dois estados, entretanto, o órgão chegou a tempo, o que levou o casal a recorrer à Justiça.
Na sala de espera do hospital, o marido de Eliane recebeu uma carta de uma mulher que afirmava ser a primeira da fila em São Paulo. “Fico feliz que o senhor tenha tomado a atitude de entrar na Justiça, pois acredito que sua esposa, de fato, estava precisando mais do que eu. Todos em minha família estamos rezando”, ressaltava.
Discordou de tal ponto de vista o secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata, para quem a decisão legal “foi uma injustiça brutal contra os outros mais de 3 mil pacientes que aguardam a vez na fila”.
Queira ou não queira o Secretário, o caso de Eliane – e, ainda, de outra paulista, Ema Aparecida Pereira, de 42 anos, que também “furou a fila” por ordem judicial – podem mudar os atuais critérios para receptores de órgãos.
Hoje, cerca de 3.800 pacientes aguardam por um fígado e são atendidos basicamente por ordem de chegada.
A partir do início do ano que vem, por pressão dos próprios pacientes, o Ministério da Saúde deverá implantar novo sistema que avaliará a gravidade do quadro dos doentes. Softwares de computadores trarão informações de três tipos de exame, que indicarão o risco de morte da pessoa dentro de três meses.
Fontes: O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo
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