09-08-2005

Snuppy abre portas para a cura de doenças humanas

Uma equipe de renomados cientistas sul-coreanos clonou um cachorro, galgo afegão procedente da célula de uma orelha de seu pai genético, abrindo importante caminho para o tratamento de uma série de doenças que afetam de maneira semelhante cães e seres humanos, entre elas o diabetes e a demência. 

Hwang Woo-suk, cientista sul-coreano que em fevereiro ganhou fama ao isolar as primeiras linhagens de células-tronco embrionárias e ajustadas ao DNA de pacientes, coordenou a equipe responsável pelo sucesso da clonagem. Woo-suk explicou à revista Nature – periódico onde está publicado o estudo – que os resultados da clonagem representam um grande passo em direção à cura de doenças sofridas tanto por seres humanos como pelos cachorros.

Snuppy, cujo nome significa – em inglês – as iniciais do centro de pesquisa onde trabalha a equipe de Hwang (Seoul National University) e a palavra puppy (como os filhotes são conhecidos em inglês), já está com mais de dois meses de vida e pesa 11 quilos.

O cãozinho nasceu de cesárea após uma gestação de dois meses por sua mãe-de-aluguel, uma fêmea de labrador de quatro anos na qual foi implantado o óvulo fertilizado (de outro cão) com o material genético da pele da orelha de seu pai-doador. Ao nascer, Snuppy pesava apenas 530 gramas. Submetido a todas as provas genéticas pertinentes, demonstrou ser geneticamente igual a seu pai, o galgo afegão.

Segundo Woo-suk, sua equipe obteve apenas 3 gestações, após a implantação de 1.095 embriões em 123 cadelas: uma das gestações terminou em aborto, e um dos outros dois animais morreu por problemas respiratórios quando tinha 22 dias. O cientista explicou que o cachorro é um dos animais "mais próximos" do homem, sem contar os símios, e em muitas ocasiões sofre o mesmo tipo de doenças transmitidas geneticamente por seus antecessores, como o diabetes e diversos tipos de demência.

O professor da Universidade Nacional de Seul afirma que os cães estão entre os animais mais difíceis de serem reproduzidos "artificialmente": até o momento não existem "cachorros de proveta". A pesquisa com cães poderia, além de facilitar estudos com novos medicamentos, ajudar a proteger espécies em perigo de extinção.

O cientista afirmou, ainda, que a clonagem está sendo realizada e será conduzida no futuro de uma maneira "rigorosa", para acabar com qualquer preocupação sobre testes com exemplares dos animais considerados como o melhor amigo do homem.

Para acessar o abstract do estudo, clique em:

Dogs cloned from adult somatic cells
Byeong Chun Lee, Min Kyu Kim, Goo Jang, Hyun Ju Oh, Fibrianto Yuda, Hye Jin Kim, M. Hossein Shamim, Jung Ju Kim, Sung Keun Kang, Gerald Schatten and Woo Suk Hwang


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