Entre os dias 16 e 18 de maio São Paulo sediou o 8º Congresso Internacional de Bioética Clínica, que teve como mote a “Diversidade”. Tal tema se fez fortemente presente desde a conferência inaugural “A Ética Clínica: Reflexões Críticas em Face à Diversidade Cultural”, proferida pelo bioeticista e escritor norte-americano Tristram Engelhardt Jr. – um dos muitos convidados estrangeiros do evento, rol do qual fizeram parte, entre outros, o holandês Henk Ten Have, consultor da UNESCO, da Universidade Duquesne, nos EUA; Lawrence Librach, da universidade de Toronto, Canadá e Stefano Semplici, da Universidade de Roma, Itália.
A palestra de Engelhardt – conhecido no meio bioético, em especial, por ter cunhado o conceito de “Estranhos Morais” que, em suma, aponta à possibilidade de pluralismo pacífico em Bioética – partiu da seguinte pergunta: “se o pluralismo moral é real e inabalável, como os eticistas clínicos que podem aprimorar-se?”. Sua apresentação aconteceu logo em seguida à solenidade de abertura do Congresso, que trouxe em sua programação global três conferências, quatro palestras, vinte mesas-redondas; quatro painéis e um curso, reunindo, ao todo, mais de 400 participantes.
Iniciado em 2003 pelos especialistas George Agich, da Bowling Green State University, e Stella Reither-Theil , do University Hospital Basel, dos EUA, a cada ano, o Congresso Internacional de Bioética Clínica acontece em um país. Nesta edição, teve como principais objetivos discutir o desenvolvimento do campo da bioética clínica e da assessoria ética.
A organização do Congresso coube ao Centro Universitário São Camilo, em parceria com o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, entre outros, apoiados pela Sociedade Brasileira de Bioética (SBB) e Conselho Federal de Medicina (CFM).
Cremesp Além dos convidados estrangeiros, o Congresso Internacional de Bioética Clínica teve dezenas de experts brasileiros, como Volnei Garrafa, coordenador da Cátedra Unesco de Bioética da Universidade de Brasília (UnB); Paulo Fortes, vice-diretor da Faculdade de Saúde Pública da USP (FMUSP); William Saad Hossne, coordenador dos programas de pós-graduação em Bioética do Centro Universitário São Camilo, além dos padres Léo Pessini e Christian de Paul Barchifontaine, presidentes do Congresso e que fazem parte, entre outros grupos, da Câmara Técnica Interdisciplinar de Bioética do Cremesp.
Falando no Cremesp, dois de seus representantes, Reinaldo Ayer de Oliveira, coordenador da Câmara Técnica Interdisciplinar de Bioética, e Gabriel Oselka, coordenador do Centro de Bioética da entidade, coordenaram, lado a lado, mesa-redonda intitulada Bioética em Conflitos Culturais Concretos, Discussão Interativa de Dois Casos, que contou com intensa participação dos presentes à sala Jacarandá – um dos espaços de apresentação no Hotel Holiday In, na Zona Norte de São Paulo.
Gabriel Oselka e Reinaldo Ayer
Durante mais de uma hora e meia foram discutidos casos bioéticos reais – um que tratou da Autonomia do Idoso e o outro, do caso Terri Schiavo, voltado basicamente à limitação de tratamentos –, parte do livro Bioética Clínica, cuja 3ª edição acaba de ser lançada pelo Cremesp.