Os médicos residentes contemplados em 2018 pelo Programa de Bolsas em Ética e Bioética trouxeram os resultados finais de seus projetos de pesquisa ao Conselho Regional de Medicina (Cremesp), nos dia 20 e 22 de maio. Além de a maioria dos bolsistas, estiveram presentes à plenária da Casa alguns orientadores e os mediadores da atividade, Ângelo Vattimo, 1º Secretário do Cremesp; Flávio Dantas, delegado da sede da Casa; e Mário Mosca Filho, geriatra.
A atuação do médico residente e sua relação com preceptores e colegas foram abordadas de forma direta em, pelo menos, dois trabalhos desta edição: Ana Tokeshi, da Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo, por exemplo, destacou o Assédio Moral na Formação Médica: “Follow Up” com Residentes do Segundo Ano – desdobramento do estudo longitudinal sobre abusos a residentes do primeiro ano, desenvolvido para o Cremesp em 2016.
Tal tema, aliás, se alia à obra recentemente lançada pelo Cremesp, Assédio Moral na Formação Médica: Conscientizar para Combater, disponível para download no site da Casa.
Já em Direitos e Deveres do Médico Residente: Dilemas Éticos e Extensão da Responsabilidade Civil, Débora Rodrigues Jozala, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, identificou que boa parte dos residentes se sente com a própria autonomia comprometida, entre outros motivos, “por medo de represálias” e “receios em relação ao preceptor”, que, por vezes, vai além – ou fica aquém – de seu “papel de mediar as decisões” de seu orientado.
Foco
O programa com residentes foi inspirado em uma experiência exitosa com estudantes de medicina, que já acontece desde 2001 no Cremesp. Ângelo Vattimo, diretor do Conselho, considera a iniciativa do Centro de Bioética como “muito importante”, contanto que, a cada dia, os trabalhos se mantenham dentro do escopo de aprofundamento em Ética e Bioética, conforme o proposto.
Por isso, informa que a banca examinadora destinada a avaliar os projetos de pesquisa deve ser rigorosa neste ponto, desde o princípio das inscrições nos próximos anos.
Além dos assuntos mencionados, estiveram outros, como desafios no atendimento a pacientes transgêneros; estigmas relacionados à pacientes psiquiátricos; aplicação ética de cuidados paliativos; e o uso de novas tecnologias, entre outros (veja a lista completa de temas, residentes, orientadores e instituições).
Também fizeram parte desta turma médicos que atuam na Universidade Estadual de Campinas; Hospital Regional de Presidente Prudente; Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Marília; Fundação Antônio Prudente – A.C. Camargo Cancer Center; Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP; Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; Hospital Israelita Albert Einstein; Hospital de Amor – Hospital de Câncer de Barretos; Prefeitura Municipal de Guarulhos; Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP; e Instituto da Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Um pouco da história
Desde março de 2016, médicos residentes das universidades paulistas têm a oportunidade de aprofundar seus estudos em Ética e Bioética, por conta de bolsas de pesquisa na área, oferecidas pelo Cremesp.
Instituídas por meio da Resolução Cremesp Nº 284/2016 (alterada pela Resolução Cremesp Nº 322, DE 16-10-2018), as bolsas de pesquisa têm a duração de 12 meses, e são concedidas, por meio de processo seletivo, a médicos cursam residência médica em instituição situada no Estado de São Paulo, e que contarem com programa credenciado na Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).
Cada projeto recebido será avaliado de acordo com critérios como Originalidade, integração e definição dos objetivos; Relevância da pesquisa para o desenvolvimento da ciência na área de ética médica e bioética; e Viabilidade de execução, entre outros.
19-10-2022
19-10-2022
21-02-2020
27-01-2020
23-11-2019
22-10-2019
09-10-2019
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