Os alunos contemplados em 2018 pelo Programa de Bolsas de Ética Medica e Bioética do Cremesp trouxeram à Casa os primeiros resultados de suas pesquisas nos dias oito e 15 de junho. As apresentações aconteceram na plenária do Conselho, à Rua Frei Caneca e, além dos alunos, contaram com a participação de orientadores e familiares: entre outros, a aluna Gabriela Maia Chade, de Assis, trouxe seu avô – médico –, para testemunhar seus primeiros passos em pesquisa científica.
Este é um dos programas mais longevos e de maior alcance do Cremesp, funcionando desde 2001, sempre sob a coordenação do conselheiro Reinaldo Ayer de Oliveira, também coordenador do Centro de Bioética do Cremesp. Conforme explica, vários trabalhos têm se voltado ao universo dos próprios alunos de Medicina, o que é “bem significativo, já que demonstra a preocupação deles em se aprimorar no campo da Ética e Bioética”.
No primeiro dia de apresentações foram trazidos temas importantes, com destaque ao sofrimento psíquico de alunos das escolas médicas.
Em Prevalência de Quadro Depressivo entre estudantes de Medicina de faculdade do Interior, a bolsista Fernanda Takahashi identificou que a rotina puxada e o estigma quanto a algumas doenças mentais, levam os futuros médicos a resistirem em procurar tratamento. O trabalho Gênero e Orientação Sexual como Fator Agravante do Sofrimento psicológico dos Estudantes de Medicina, de Yuriki Okada, aponta como agravantes dos transtornos carga horária “extenuante” dos cursos, e o chamado “currículo oculto” –conjunto de tradições, valores, normas, regras transmitidos por professores e colegas fora das salas de aula.
Em tempo: vale lembrar que tal assunto também foi abordado na segunda etapa de apresentações, com Avaliação da Prevalência de Transtornos Mentais comuns Entre os Estudantes de determinada Faculdade, defendido pela aluna Stephanie Wittmaack.
Além desses, na ocasião foram trazidos outros dados importantes sobre o cuidado do paciente de câncer em atenção primária; percepção ética ao longo do curso; dificuldades de residentes em fornecer más notícias; prontuário eletrônico; a saúde da mulher privada de liberdade; violência de gênero nas faculdades; abordagem ao paciente transexual; autonomia de paciente hospitalizado; e a percepção dos pacientes sobre a comunicação com seus médicos.
A variação do comportamento ético dos alunos durante o curso está sendo pesquisada pela estudante Eliza Reis, da Universidade Anhembi-Morumbi.
Segunda etapa
A outra etapa de apresentações, no dia 15 de junho, manteve o nível elevado do primeiro grupo.
Em Dilemas éticos e Aceitabilidade dos Pediatras Quanto à Prática de Sedação Paliativa em Crianças – tema tabu no país, mesmo em meio a pacientes adultos –, a estudante Daniele de Moura lamenta que a prática de Cuidados Paliativos em Crianças seja “marcada por ausência de protocolos e diretrizes”.
Também abordando “início de vida”, a estudante Adriana Kurdejak direciona seu trabalho aos Limites Da Viabilidade De Recém Nascidos Com Idade Gestacional Abaixo De 25 Semanas, “uma zona cinzenta em que a incerteza é a regra, não a exceção, e na qual se enfrenta problemas ético/morais pelos impactos na sobrevida dos atendidos”.
Nesta data, os alunos das escolas médicas de 2º ao 5º ano (ou do 3º ao 10º semestre), público-alvo do programa, discutiram também aspectos éticos sobre o uso de whatsapp entre médicos; universitários como população de risco a problemas de saúde; reconhecimento da identidade de gênero para o gerenciamento do cuidado; uso de drogas entre estudantes de medicina; conflitos entre radiologistas e clínicos na revelação de diagnósticos; avaliação do estigma quanto ao transtorno do espectro altista entre alunos de medicina.
Em ambas as etapas, estiveram representadas: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo ─ Sorocaba; Faculdade Santa Marcelina; Faculdade de Medicina do ABC; Centro Universitário Barão de Mauá; Universidade Mogi das Cruzes ; São Leopoldo Mandic; Faculdade das Américas; Fundação Educacional do Município de Assis; Universidade Municipal de São Caetano do Sul ; Centro Universitário de Votuporanga; Universidade Nove de Julho; Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo; Faculdade de Medicina de Jundiaí; Universidade Anhembi Morumbi; Universidade Cidade de São Paulo; Universidade Estadual Paulista; Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; Universidade São Francisco; Faculdade de Medicina de Marília.
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