Jornal do Cremesp - Edição 353 - Novembro de 2017
O livro Relação Médico-Paciente – Um Encontro foi lançado na sede do Cremesp em 10 de novembro, com a presença do presidente da entidade, Lavínio Nilton Camarim, conselheiros, delegados e funcionários, além de autores da obra – que levou três anos para ser desenvolvida pelo Centro de Bioética.
Dividido em dez capítulos, aborda temas como comunicação, sigilo e atendimento não presencial. Escrito de maneira didática – a partir de pareceres do Conselho e outras normas deontológicas – e reflexiva, o livro é fruto de exercício intelectual e ético do grupo de autores, coordenado pelo médico e escritor Carlos Alberto Pessoa Rosa, delegado regional do Cremesp em Bragança Paulista.
Para Camarim, a publicação será referência no País. “A tecnologia é grande aliada, mas jamais substituirá o toque, o olho no olho”, opinou. “O médico tem que gostar de gente”.
O coordenador do Centro de Bioética do Cremesp, Reinaldo Ayer de Oliveira, lembrou que o embrião da publicação foi o livreto Relação Médico Paciente, lançado em 2001, que rapidamente se esgotou. “Dar continuidade ao tema foi uma provocação ao Centro de Bioética”. A obra impressa está disponível na Biblioteca do Cremesp. Informações: (11) 4349-9981. Em breve, também estará disponível no site da instituição.
Literatura
Simpósio enfatiza formação humanística
Em parceria com a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames), o Centro de Bioética do Cremesp realizou o Simpósio Relação Médico-Paciente e Literatura, com o objetivo de resgatar a relação dos profissionais com a literatura não científica e de reforçar a formação humanística na carreira.
Abertura
Na ocasião, Renato Françoso Filho, vicepresidente do Cremesp, lembrou a época em que médicos, principalmente, os do Interior, “se reuniam para momentos literários, nos quais apresentavam suas obras”, o que ele saudou como saudável e positivo. Françoso compartilhou a mesa de abertura com a presidente da Sobrames-SP, Márcia Etelli Coelho; e o coordenador do Centro de Bioética do Cremesp, Reinaldo Ayer de Oliveira. “Atividades como esta demonstram a preocupação da Casa com a formação de um médico cada vez mais cidadão e humanista”, ressaltou Ayer.
Fizeram parte da pauta as palestras Literatura, Filosofia e Medicina: a arte como acesso à sabedoria prática; A Literatura e a Formação Humana e Ética do Médico; e a análise do livro Para Sempre Alice, de Lisa Genova – que ilustra a relação médico-paciente-literatura – entre outras.
Ribeirão Preto
Os aspectos bioéticos da cesariana no Sistema Único de Saúde (SUS) foi um dos temas do 9º Congresso de Bioética de Ribeirão Preto (Cobirp), realizado entre 26 e 28 de outubro, no campus da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (USP-RP). Geraldo Duarte, professor da FMRP-USP, lembrou que a cesariana a pedido surgiu como demanda da sociedade, em países sem tradição obstétrica. “Grande parte das solicitações de pacientes do sistema público acontece por medo de falta de assistência ao parto normal”, lamentou. Apesar de todos os problemas éticos em saúde, Duarte e o colega Fábio Sgarbosa, delegado do Cremesp, defenderam o direito da gestante de optar por parto cesárea, sem indicação, “quando insistir em tal procedimento, mesmo depois de todas as explicações fornecidas”.
Promovido pela Câmara Técnica de Bioética do Cremesp, o Cobirp deste ano teve como tema as Interfaces entre a Bioética, Medicina e Direito. Na abertura, Lavínio Nilton Camarim, presidente do Cremesp, destacou a importância da Bioética no pensamento médico contemporâneo. “Torna-se essencial em um momento histórico marcado por crises morais e de valores, facilitada pelos novos meios de comunicação, ou os tradicionais, que conseguem manipular a opinião pública”.
A mesa de abertura foi presidida pelo delegado do Cremesp, Isac Jorge Filho, que definiu a Bioética como a “ponte” preparada para unir áreas paralelas, como o Direito e a Medicina – em referência aos conceitos do médico Van Rensselaer Potter, autor do livro Bioética: Ponte para o Futuro. Além dele, foram organizadores Marco Aurélio Guimarães e Hermes de Freitas, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), e Márcio Ponzilacqua, da Faculdade de Direito da USP-RP. Pelo Cremesp também participaram o diretor de Comunicação, Antonio Pereira Filho, e o coordenador do Centro de Bioética, Reinaldo Ayer de Oliveira.
Outro assunto de destaque foi “O que fazer diante de paciente Testemunha de Jeová, em risco de morte, que não aceita receber transfusão de sangue?” Para o intensivista Mauro Hilker, apesar de ser a mais polêmica, é apenas uma das situações em que o médico é surpreendido pela recusa do paciente. “Por que é mais fácil aceitar a negativa à quimioterapia, amputação e ventilação mecânica? Não será uma questão de intolerância?”, questionou.
Ponzilacqua afirmou que, nos tribunais, as interpretações majoritárias consideram que a primazia da vida se sobrepõe à liberdade religiosa.
Lançamento
O Cobirp também foi marcado pelo lançamento do livro Fundamentos e Reflexões da Bioética, de Isac Jorge Filho, publicado pela Editora Ateneu; e o II Simpósio de Temas Polêmicos, da Liga de Ética Médica e Bioética da FMUSP-RP.
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