28 de Julho de 2014 | |
Sobre Maimônides Na História da Medicina tal período teve como grande mérito ocupar o lugar da Europa, que enfrentava a época de obscurantismo, com destruição de bibliotecas e livros e perseguições às lideranças culturais, incluindo os médicos. Assim, o mundo islâmico se desenvolvia, importando os avanços da medicina ocidental em várias áreas, como Cirurgia, Oftalmologia e em Ética Médica. Historicamente a época chama a atenção pela tolerância cultural e respeito aos chamados “Povos do Livro”, cristãos e judeus que tinham seu norte no Velho Testamento. Em uma atmosfera como esta pode-se entender como Ben Maimon teve oportunidades e o respeito em Córdoba, uma das capitais do mundo islâmico. Mais emblemático ainda é que, após problemas com o governo do local, tenha sido convidado a se mudar para Marrocos, onde foi médico particular de Saladino, chefe militar muçulmano: era a Medicina sobrepujando diferenças culturais e religiosas, abrindo espaço a produção da preciosidade transcrita abaixo: "Ó Deus, Tu formaste o corpo do homem com infinita bondade; Tu reuniste nele inumeráveis forças que trabalham incessantemente como tantos instrumentos, de modo a preservar em sua integridade esta linda casa que contém sua alma imortal, e estas forças agem com toda a ordem, concordância e harmonia imagináveis. Porém se a fraqueza ou paixão violenta perturba esta harmonia, estas forças agem umas contra as outras e o corpo retorna ao pó de onde veio. Tu enviaste ao homem Teus mensageiros, as doenças que anunciam a aproximação do perigo, e ordenas que ele se prepare para superá-las. "A Eterna Providência designou-me para cuidar da vida e da saúde de Tuas criaturas. Que o amor à minha arte aja em mim o tempo todo, que nunca a avareza, a mesquinhez, nem a sede pela glória ou por uma grande reputação estejam em minha mente; pois, inimigos da verdade e da filantropia, ele poderiam facilmente enganar-me e fazer-me esquecer meu elevado objetivo de fazer o bem a teus filhos. "Concede-me força de coração e de mente, para que ambos possam estar prontos a servir os ricos e os pobres, os bons e os perversos, amigos e inimigos, e que eu jamais enxergue num paciente algo além de um irmão que sofre. Se médicos mais instruídos que eu desejarem me aconselhar, inspira-me com confiança e obediência para reconhecê-los, pois notável é o estudo da ciência. A ninguém é dado ver por si mesmo tudo aquilo que os outros vêm. "Que eu seja moderado em tudo, exceto no conhecimento desta ciência; quanto a isso, que eu seja insaciável; concede-me a força e a oportunidade de sempre corrigir o que já adquiri, sempre para ampliar seu domínio; pois o conhecimento é ilimitado e o espírito do homem também pode se ampliar infinitamente, todos os dias, para enriquecer-se com novas aquisições. Hoje ele pode descobrir seus erros de ontem, e amanhã pode obter nova luz sobre aquilo que pensa hoje sobre si mesmo. "Deus, Tu me designaste para cuidar da vida e da morte de Tua criatura: aqui estou, pronto para minha vocação." *Texto editado, publicado originalmente na Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgia ** Membro da Câmara Técnica de Bioética do Cremesp; Coordenador do Departamento de Bioética e História da Medicina do Centro Médico de Ribeirão Preto Página inicial do boletim |
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