26-08-2019

Desmatamento e queimadas 

Brasil perdeu 71 milhões de hectares de vegetação nativa nos últimos 30 anos – área maior que a ocupada pela Amazônia –, em decorrência de desmatamento e queimadas, entre outros fatores, apontam dados do MapBiomas, plataforma on-line que mapeia uso da terra no Brasil. 

Como esse desmatamento ocorreu sem planejamento ambiental e agrícola, boa parte dessas áreas tornaram-se abandonadas, mal utilizadas ou entraram em processo de erosão, ficando impróprias para produção de alimentos ou qualquer outra atividade econômica.

A boa notícia é que a restauração florestal pode diminuir parte desse prejuízo, ao possibilitar a recuperação estratégica  de 12 milhões de hectares de vegetação nativa em todo o país até 2030, conforme estabelecido no Plano Nacional de Restauração Ecológica. Dessa forma, seria possível sequestrar 1,39 megatonelada (Mt) de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, interligar fragmentos naturais na paisagem e ainda aumentar em 200% a conservação da biodiversidade.

As estimativas constam no sumário para tomadores de decisão do relatório temático “Restauração de Paisagens e Ecossistemas”, lançado no dia 23 de agosto, resultado de uma parceria entre a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES, na sigla em inglês), com o apoio do programa BIOTA-FAPESP, e o Instituto Internacional de Sustentabilidade (ISS). Foi elaborado por um grupo de 45 pesquisadores, de 25 instituições do país.

De acordo com Ricardo Ribeiro Rodrigues, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) e um dos autores do documento, “o sumário mostra que as questões ambientais e a produção agrícola são interdependentes e podem caminhar juntas, sem prejuízo para nenhum dos lados”.

No entanto, para que as oportunidades se tornem realidade, o país não pode retroceder em suas políticas ambientais de redução do desmatamento, conservação da biodiversidade e impulsionamento da recuperação e da restauração da vegetação nativa em larga escala, ponderam os autores.

Já Carlos Joly, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), lembrou: “há projetos grandes e bem-sucedidos de restauração em andamento em países como a China, mas a diversidade de espécies usadas é baixa, pois a variedade que possuem é muito menor do que a encontrada na Mata Atlântica e na Amazônia, por exemplo,”, comparou.

Fonte: Agência Fapesp 
 


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