19-11-2018

Maconha em falta

A demanda foi maior do que a esperada.

Essa explicação, até comum em alguns mercados, não deixa de ser curiosa em se tratando do produto: o estoque de maconha diminuiu vertiginosamente no Canadá, desde que a droga foi legalizada no país, cerca de um mês atrás.

Um relatório publicado no início de outubro pelo Instituto CD Hoje, um think tank (fábrica de ideias) de Toronto, estimava que o estoque legal da droga desse conta de cerca de 30% a 60% da demanda total nos primeiros meses de legalização.

A agência Health Canada, que autoriza as licenças para os produtores da planta cannabis, diz que trabalhou intensamente nos primeiros meses antes da legalização para aumentar o número de fornecedores legais – e pede paciência. “É importante lembrar que a legalização no dia 17 de outubro veio após quase um século de criminalização, e foi o lançamento e regulação de um novo setor inteiro no nosso país”, divulgou a agência, em nota.

“E como qualquer nova indústria onde há demanda considerável, esperamos que haja épocas em que os estoques de alguns produtos fiquem baixos e, em alguns casos, acabem.”

Sem dar conta
O canadense James Burns, por exemplo, estava confiante de que sua empresa teria produto suficiente nas prateleiras de suas cinco novas lojas de cannabis para dar conta da demanda, mesmo tendo recebido apenas metade do que encomendara do fornecedor. Burns é CEO da Alcanna, dona de lojas de bebidas no Canadá e nos EUA e agora de lojas de maconha na província de Alberta.

O concorrente Thomas Clarke, que dirige um negócio na área na província de Newfoundland, foi um dos primeiros vendedores a distribuir a droga legalmente, mas comercializou tudo no primeiro dia, ficando sem estoque por ao menos uma semana. Em Québec, as lojas da Société Québéc oise du Cannabis atualmente só abrem de quinta a domingo devido à restrição de estoque.

Vic Neufeld, presidente da Aphria, uma das maiores produtoras legais do Canadá, disse à BBC que eles tiveram um gargalo na cadeia de distribuição: “é como uma avenida de cinco faixas convergindo para uma rua de uma faixa só”.

Também há relatos de falta de maconha medicinal, que é legal no Canadá desde 2001.

A Health Canada diz que trabalha com grupos de pacientes e com a indústria da maconha para entender quais produtos ou variedades estão faltando mais.

E acrescentou que espera que "vendedores autorizados tomem medidas razoáveis para garantir que pacientes registrados continuem a ter acesso aos produtos que precisam para fins médicos".

Sobre a possibilidade de que tamanha escassez empurre consumidores de volta para o mercado negro, o governo federal diz que acabar com os fornecedores ilegais vai levar um tempo – assim como foi nos Estados americanos que legalizaram o produto.

Fonte: BBC Brasil


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